medo

Quem já conviveu com – ou mesmo observou – cachorros, já deve ter notado que grande parte deles, antes de dormir faz um círculo em volta de si e então se deita. Isso se deve à memória ancestral. Os primeiros caninos viviam no mato e faziam este círculo para “deitar” a vegetação, deixando embaixo um ambiente mais agradável para seu descanso.

Hoje, mesmo em suas camas macias, ou no assoalho liso da sala, eles reproduzem o mesmo movimento.

Na história do ser vivo neste planeta, um século é apenas um piscar de olhos comparado a milhares de anos de evolução. Quando pensamos que a anestesia começou a ser usada em larga escala apenas no começo do século passado, podemos imaginar o sofrimento que o ser humano já registrou em sua vida durante sua jornada.

A odontologia refinada é ainda mais recente; com foco na prevenção, materiais descartáveis, instrumentos que, embora ainda tenham um barulho muito chato (rs), apresentam uma tecnologia inovadora. Podemos dizer que trinta anos para cá vivemos uma nova odontologia. Afinal de contas, há três décadas atrás era comum ouvirmos histórias do profissional indicar a extração de um dente quando uma cárie estava grande, como uma prevenção à dor.

Porém, além da parte histórica, a maioria dos adultos de hoje tem alguma lembrança desagradável a contar. Agulhas de anestesia eram esterilizadas (o que fazia a ponta perder o corte e ser mais dolorida), o materiais mais grosseiros, instrumentais dignos de um filme de Hitchcock…

Hoje, além de toda evolução material temos também profissionais mais treinados em técnicas menos invasivas (menos desgastes de dentes, menos cirurgias, mais prevenção) e leveza de mão se tornou uma regra a ser seguida.

Veremos em breve uma nova geração, que pode ter uma memória ancestral de dor de dente, mas pelo menos que nunca terá sofrido uma experiência desagradável no consultório dentário, pondo um fim nesta triste história de “medo do dentista”.

Imagens: google imagens e arquivo Bonsorriso

Antigamente, sem anestesia, pacientes podiam até ser amarrados na cadeira

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Hoje é comum crianças, como o Hugo, que chegam ao consultório sem medo algum do tratamento

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